sábado, 27 de setembro de 2014

É hora de Nazca!

Saímos do Aeroporto de Nazca e a van da Aeroparacas estava a nos aguardar para nos levar de volta ao ponto de partida: a agência deles próxima ao centro da cidade. No caminho um único assunto: Qual figura você mais gostou e porque?

Apesar de cada um preferir um desenho, uma coisa todo mundo concorda: as Linhas de Nazca são muito enigmáticas e, como todos os grandes mistérios inexplicáveis, atraem arqueólogos, cientistas, interessados em história, peregrinos e curiosos como nós. Se você ainda não leu o post sobre essa experiência, clique aqui.

Mas, como eu disse anteriormente, Nazca não é só isso. Quando chegamos ao centro nos dirigimos ao Restaurante Mamashana que nos foi indicado pelo guia da agência como a melhor opção de culinária peruana da cidade.

O lugar possui dois andares e é muito frequentado por turistas, ao nosso lado havia alemães e ingleses. Fomos apresentados ao cardápio da casa e pedimos as bebidas porém, quando a garçonete voltou, pedi a ela o "Cardápio do Menu Turístico".

Fachada do Restaurante Mamashana em Nazca
Guarde bem esse nome: Menu Turístico. Esta é uma valiosa dica caso você queira ter uma refeição completa pagando bem pouco. Praticamente todos os restaurantes do Peru oferecem esta opção em seus cardápios que inclui: Entrada, Prato Principal, Sobremesa e Bebida. Por tudo isso você pagará, em média, S$20,00 - isso mesmo, vinte soles (não dólares).

Comemos super bem e voltamos à agência para negociar o passeio da tarde: Cemitério, Cahuachi, Pueblo Viejo, passando por um Aqueduto e um Ateliê Ceramista. Mais uma vez negociamos e não conseguimos o valor que queríamos. Agradecemos, nos dirigimos para a saída e, neste momento, o agente da agência disse que aceitaria nossa proposta e pagamos S$40,00 (quarenta soles) por pessoa.

Por conta do preço, tivemos que nos dividir em dois carros, um da agência e um táxi. O grupo que foi no táxi (no caso o meu) não ouviu as explicações do guia já que o taxista nunca tinha ido nesses lugares que fomos. Até ai ok, já que eu tinha lido sobre os lugares que iríamos e pude explicar um pouco aos meus colegas de "equipe".

Visão que tínhamos nos dois lados da estrada: deserto e mais deserto.
Primeira parada: Aqueduto de Nazca - Ocongalla
Seguimos pela Carratera Panamericana e entramos em uma estrada de terra que indicava Cahuachi. Esta estrada liga Nazca a este importante sítio arqueológico que, no caminho, passa próximo ao povoado de Pueblo Viejo e de um Aqueduto, o Ocongalla.

Entrada do Aqueduto Ocongalla, Nazca
Aqueduto Ocongalla

Esse sistema de irrigação foi construído há milhares de anos para sustentar a vida neste árido ambiente e permitir que as pessoas pudessem ali viver. Importante ressaltar que a civilização pré-Nazca desenvolveu e construiu quilômetros e mais quilômetros de canais subterrâneos que, por conta do tipo de construção, sobreviveram aos terremotos e catástrofes.


Não tinha ventana mas pudemos entrar nesse Aqueduto. Bem legal...
O Aqueduto mais famoso da cidade é o de Cantallo, que fica a 30km dali. Não fomos neste já que não se pode mais visitar como antigamente (entrando através das "ventanas" em aspiral). Como o importante era conhecer um, ficamos felizes em ter estado aqui.

Se você estiver em dúvida se vale ou não a pena conhecer um Aqueduto, pense nisso: esse sistema de irrigação é única no Peru e, até onde eu pesquisei, em todo o mundo.

Segunda parada: Pueblo Viejo
Passamos pela entrada onde esse lugar ficava uma vez que, com a expansão da agricultura, o vilarejo pré-Nazca, não existe mais (segundo nosso guia) - vai saber se é isso mesmo.

Terceira parada: Cemitério
Isso sim é uma coisa curiosa: a beira da estrada, sentido Cahuachi, você se depara com catacumbas e túmulos sem proteção alguma. O carro vai indo na estrada de terra batida, faz uma curva e, quando você se dá conta: Cemitério!

Cemitério à beira da estrada no caminho para Cahuachi, Nazca
Como só tínhamos um dia em Nazca era preciso fazer escolha: ou iríamos para Cahuachi ou para o mais famoso cemitério da cidade o Chauchilla. Confesso que eu não sou muito fã de ver crânios e mais crânios e sepulturas abertas por isso escolhi não ira té lá. Mas, se você tiver mais tempo que eu em Nazca, visite.

O Cemitério de Chaucilla está localizado a 28 km na parte sul da cidade de Nasca, sobre as margem direita do vale das trancas. As agências turísticas da cidade fazem esse passeio mas, não esqueça, você também pode negociar com um taxista (negocie).

De todo modo, achei aquilo inusitado ao mesmo tempo que louco. Vai ver que, bem embaixo da estrada que estávamos passando, teria um monte de sepultura e a gente nem sabia (#credo!). Paramos rapidamente para uma foto, de dentro do carro mesmo e, seguimos viagem.

Quanto mais a gente andava, mais tinha estrada para andar. Deserto e mais deserto em todos os lados e, quando olhei para trás uma surpresa: Cerro Blanco - a duna mais alta do mundo. Localizada a 14km ao leste de Nazca parecia estar bem perto de nós. Ela está a uma altitude de 2.078m acima do nível do mar e possui 1.176m da base ao topo. Quer saber o que é mais curioso desse lugar (que não fomos porque não deu tempo)? Se você resolver subir, vai levar algo em torno de 3h e descerá em alguns minutos pois, em alguns trechos, você só desce correndo.

Infelizmente a objetiva da minha câmera não conseguiu capturar o Cerro Blanco visto que uma névoa de areia tomava conta de tudo atrás do carro. Apelei para o Google e consegui uma imagem para ilustrar esta parte do relato mas, não encontrei nada parecido com o que vimos.

Mais alguns quilômetros a frente chegamos...

Quarta parada: Cahuachi
Este foi o motivo pelo qual incluímos todos os outros pontos de parada deste passeio. Na verdade nossa intenção era visitar o mais importante centro de cultura Nazca conhecido e que ainda está em fase de escavação.

Ao fundo, a pirâmide maior de Cahuachi
Neste local vimos várias pirâmides, cemitérios, lugares de "cerimonial" e um enigmático sítio chamado Estaquería que pode ter sido usado pela civilização pré-Nazca para mumificações.

Cahuachi
No topo de Cahuachi, essa será a sua vista: ao fundo Nazca
Andamos bastante nesse lugar e o sol começava a se por fazendo com que a paisagem ficasse ainda mais linda. Só uma coisa era intrigante: como estávamos no meio do Deserto do Atacama, em todos os lugares do nosso corpo era possível encontrar areia.

Direção de fotografia: Guia do passeio... rsrsrs
De qualquer forma, andar em cima de tudo aquilo e conhecer um pouco dos rituais que ocorriam ali nos deixou muito animados. Tão animados que as meninas do grupo fizeram até pose para foto, como se estivessem em um catálogo de qualquer coisa/produto... (hahahahaha)

Dulce, Rebeca e Amélia... Modelos! rsrs
Após muita risada e descoberta, entramos no carro e partimos para nossa próxima parada. Confesso que a volta foi mais rápida que a ida - não sei porque isso sempre acontece, mas... Chegamos de volta à Carratera Panamericana, virando a direita em alguma rua que não sei o nome, paramos.

Quinta parada: Ateliê Ceramista
Este é mais um passeio obrigatório. Estando em Nazca você precisa visitar ou um Ateliê Ceramista ou de um Ourives.

Ateliê Ceramista em Nazca, Peru
Ateliê Ceramista em Nazca, Peru
Ateliê Ceramista em Nazca, Peru
Esse lugares sempre são familiares. Eles vivem da renda obtida na venda das peças e de gorjetas (se você visitar um, dê gorjetas). Quando chegamos fomos recebido pela matriarca e logo convidados a sentar para o início da demonstração. Eles explicam a origem da cerâmica, o processo de feitura pré-Nazca e toda a tradição da região em produzir aquelas peças.

A única parte que deixa você meio em dúvida é quando ele mostra algumas peças em cerâmica (bem gastas mas nada de muito antigo) afirmando ser da época pré-Nazca. Acredite se quiser, ou se puder. Eu, particularmente, ainda estou em dúvida.

Detalhe do "show room", no Ateliê Ceramista em Nazca, Peru

Após toda a explicação você é convidado a conhecer o "show room" e comprar artesanato. Particularmente achei tudo muito caro. Se você quer comprar artesanato, faça isso em Cusco ou em Lima.


Não compramos nada. Agradecemos a visita, avisamos ao guia que já poderíamos ir e seguimos de volta ao centro. Descemos bem em frente a uma Feirinha de Artesanato e perdemos alguns minutos por ali antes de irmos conhecer o Centro de Nazca, assunto do próximo post.

Lembra que falei, no post, sobre pôr do sol no deserto? Então, era disso que eu estava falando... TOP!


2 comentários:

  1. Olá Manoel, curti seu relato. Estou indo viajar com minha namorada em abril/2015 e passarei por Nasca com o objetivo principal de sobrevoar as linhas pela aeroparacas mesmo.
    Ocorre que também faço questão de conhecer as Pirâmides Cahuachi, os aquedutos Cantalloc e o Cemitério Cauchilla. Sobre esses passeios tenho duas peguntas pra você: dá pra fazê-los no mesmo dia do sobrevoo pelas linhas? Qual agência você indica para fazê-los?
    Muito obrigado meu caro!

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  2. Olá Alex,
    Desculpe a demora em responder seu post. Sem dúvidas você consegue fazer todos os passeios no mesmo dia. Minha dica é que vocês acordem cedo e comecem pelo sobrevoo nas linhas de Nazca e deixem o restante do dia para fazer os demais passeios que acaba sendo mais demorado no trajeto até eles do que o tempo que você estará nos pontos turísticos.

    Fique atento à visita aos ateliês ceramistas. Achei as peças com preços bem "salgados". Vale a vista para conhecer o processo de fabricação e ter contato com a população nativa da região.

    Fiquei no Casa Andina Hotel e fechei tudo com a agência deles. Não esqueça do mais importante para quem visita o Peru: negocie tudo! Se puder voltar ao blog e atualizar as informações nos post, após sua viagem, ficarei muito grato.

    Excelente viagem. Vocês vão se apaixonar pelo Peru.

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