sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Como ir de Puno para Cusco

O despertador fez a gentileza de nos acordar pontualmente às 05h00. Ainda estava escuro mas tínhamos que levantar, terminar de arrumar as malas e descer para o café.

O hotel que escolhemos para ficar em Puno foi o Hacienda Plaza de Armas. Ainda não havia falado sobre isso mas, ele está dentro da Plaza das Armas (literalmente). Da calçada você vê a belíssima igreja matriz da cidade e a famosa praça.

Além de bem localizado, ele tem uma ótima relação custo X benefício. Os quartos são bem limpos e foi o único hotel que ficamos no Peru que transmitia a Globo Internacional. O que fez com que, na noite anterior, enquanto "curtia" o mal da altitude, Rebeca aproveitou para assistir um capítulo da Novela (rsrsrs). O café da manhã é servido em frente à recepção principal e é relativamente bem servido. Se você for à Puno, tente ficar neste hotel. Vale a pena.

Após o café, fechamos nosso conta e saímos do hotel pontualmente às 06h30 em dois táxis. Assim como em Arequipa (leia aqui), o táxi deixa você do lado de fora do Terminal de Ônibus - fique atento aos seus pertences, vai que...

Imediatamente nos dirigimos ao balcão da Inka Express. Apesar de haver outras empresas que faz o trajeto Puno - Cusco, optamos pela Inka Express por termos concluído, depois de muitas pesquisas, que este seria o jeito mais agradável de enfrentar 10h de estrada que seria, obrigatoriamente, realizada durante o dia (saímos às 07h00 da manhã).

Rebeca, Humberto e eu prontos para partir.
 A Inka Express possui um ônibus confortável, guia em inglês e espanhol, é oficialmente credenciada à marca Peru (aquele logo do turismo criado para o país, que postei no primeiro post do blog) e realiza paradas estratégicas durante o trajeto. Além disso, eles operam esta linha desde 1999, possui oxigênio a bordo e você pode comprar o ticket ainda no Brasil, pagando através do Pag Seguro Uol e o valor (em dólar) inclui ainda o almoço (sem bebida), a entrada nos pontos turísticos que estão "escondidos" na estrada e wi-fi (que funcionou a viagem inteira). Vale ressaltar que esta empresa também faz o trajeto contrário (Cusco - Puno). Por tudo isso pagamos US$71,00 e para saber mais, clique aqui.

Nossa primeira parada foi na aldeia de Pukara, localizada à 60km de Juliaca, famosa pela festa da Virgem del Carmo, pelo artesanato em cerâmica (incluindo os touros de cerâmica nos telahdos das casas, para trazer boa sorte) e pelo Museu Lítico Pukara.

Praça principal de Pukara
Paramos na lateral da praça principal, onde encontramos o Museu Lítico Pukara, a Igreja Matriz e várias bancas de artesãos. Começamos pelo museu, com o grupo do ônibus (lembre-se que o ingresso de entrada no Museu já estava incluso no preço que pagamos pelo trajeto) para uma visita guiada.

Entrada do Museu Lítico Pukara
Interior do Museu Lítico Pukara
Porém, não aguentamos mais que 15 minutos... O museu é bem carente e vazio, ficamos sem paciência e resolvemos andar ao redor da praça e na igreja.

Igreja Matriz de Pukara
Interior da Igreja Matriz de Pukara
Esse são os bois da sorte, colocados nos telhados das casas.
 Após algumas fotos e conversar com os vendedores locais, que queriam nos convencer que era melhor comprar artesanato ali que em Cusco, voltamos para o ônibus esperando que a próxima parada fosse mais interessante: desceríamos em La Raya.

Limite entre Puno e Cusco
La Raya é um lugar no meio do nada. Isso mesmo, o ônibus para por 20 minutos no ponto da estrada que é o limite entre os municípios de Puno e Cusco. A grande atração é ser o ponto mais alto deste trajeto: 4.470 metros acima do nível do mar. Há uma vista para as montanhas com os picos cobertos de neve (lindo, veja a foto abaixo que não tem muita neve - rsrs), uma venda de artesanato e alguns moradores da região vestidos com roupas tipicamente peruana, acompanhados de sua llama.

Ainda bem que a llama não cuspiu em mim...
Como havíamos tomado café muito cedo e, no ônibus não haver lanche, ficamos animados ao saber que a próxima parada seria em Sicuani para o almoço. O lugar é limpo, arejado, amplo e com vista para as montanhas. O serviço é no sistema de self service, sem peso, na modalidade coma a vontade, incluindo sobremesa. Apenas as bebidas não estavam inclusas no valor que pagamos pelo trajeto. Ah, havia um trio de músicos que tocou umas quatro canções e passou chapéu entre as mesas. Dê gorjeta se achar que vale.

Salão do restaurante em Sicuani
Neste ponto da viagem o guia, que vem com você de Puno até aqui, se despede do grupo e dá lugar a outro guia que veio de Cusco. Após o cambio, nosso plano era entrar no ônibus e hibernar até chegarmos em Raqchi.

Jogo dos 7 erros: quem advinha o que tem de errado na foto? (hahahaha)
Praça na entrada de Raqchi
Raqchi é um sítio arqueológico que está localizado à 119km de Cusco, na Província de Canchi, que abriga um parque de mais de 5 mil hectares com uma imensa muralha inca que protege o parque, aquedutos, túmulos e recintos da cultura pré-inca.

Praça e Igreja de Raqchi
Logo na entrada do parque, você verá uma pequenina igreja e um monte de banca de artesanato, com preços bem competitivos. Para entrar e visitar às ruínas você pagará algo em torno de S$6,00. Porém, os nossos ingressos já estavam inclusos no preço que pagamos pelo trajeto, lembra?!

Famosa muralha de Raqchi
Diz a lenda que eles moravam em lugares como esse. Interior do Sitio arqueológico Raqchi, Peru.
Portal de entrada do sítio arqueológico Raqchi, Peru,
Será que elas estavam se divertindo? rsrs
Depois de 1h30 de visitação, explicação e fotos, voltamos ao ônibus e... paramos na estrada. Motivo? O povo desta província fechou a rodovia para protestar contra a construção de uma hidrelétrica no rio que passa dentro do Parque de Raqchi e vai até Cusco. O mais curioso é que eles ficam sentados no meio da rodovia enquanto os policiais, em seus carros e cavalos, ficam no acostamento esperando que eles resolvam dar passagem aos carros. Ninguém faz nada, nem negocia.

Manifestação peruana.
Quase duas horas depois eles resolveram liberar a passagem de carros por 10 minutos. Corremos para o ônibus e o motorista acelerou para não perdemos a "trégua". Felizmente conseguimos passar e continuar nossa viagem que ainda faria uma parada para visitarmos uma igreja conhecida como a Capela Sistina das Américas, localizada na cidade de Andahuaylillas.

Em frente à Capela Sistina das Américas
Nosso "bilhete de ônibus" também nos dava direito à entrada na igreja, para uma visita guiada. Infelizmente (ou felizmente) não era permitido tirar fotos no interior da capela, mas... ganhamos um CD com imagens. O lugar é espetacular: paredes, teto, altar, piso... perfeito. Vale muito a pena visitar. Essa foi uma das nossas maiores surpresas neste dia.

Interior da Igreja em Andahuaylillas
Já era noite quando retomamos a estrada e seguimos para os últimos quilômetros até Cusco. Nesse momento, ninguém mais queria dormir, a ansiedade era maior que o sono. Nossa previsão era chegar por volta de 17h00 mas, devido à tal manifestação, chegamos às 19h30, com muita fome e ansiosos para saber como pegar um táxi, porque?

Se tirar foto com ela, não esqueça de dar uma "propina".
Bom, a Inka Express estaciona o ônibus em uma loja deles que fica nos arredores do Aeroporto de Cusco e, devido a quantidade de pessoas que precisavam de um táxi, não havia carros disponíveis para todos. O jeito foi apelar para o Easy Taxi (sim, ele funciona no Peru), aproveitando o sinal wi-fi da loja - já que o chip da Claro e nada era a mesma coisa. Isso fez com que fossemos os últimos a sair da loja e, quer saber do melhor? Os funcionários da Inka Express ficaram conosco até que os carros partissem para o hotel e até nos ajudaram a negociar o valor da corrida com os taxistas. #recomendo

Chegamos ao hotel, após termos passado por vários pontos que seria explorados nos dias seguintes, fizemos um check-in (confuso) e saímos para comer. A fome era enorme. Vamos falar de tudo isso e do que fazer em Cusco no próximo post.

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