segunda-feira, 9 de março de 2015

City Tour em Cusco


Cusco, é isso aí...


Saindo do Hotel Rojas Inn, caminhamos por duas quadras até chegarmos à Plaza de Armas, agora iluminada pelo Sol. Apesar de a termos visto a noite não diminuiu o impacto da praça à luz do dia. Começamos a "degustar" Cusco ali mesmo, observando as pedras que formam as arcadas colônias e a fonte que fica bem ao centro do ponto turístico mais importante da cidade.

Plaza de Armas de Cusco

Arcadas coloniais e balcões de Cusco

Embaixo destes arcos você encontrará alguns "vendedores" que comercializam tickets para os ônibus panorâmicos por S$20,00 (vinte soles), com duração de 1h30. Escolhemos a empresa Sightseeing Bus. Já havia um ônibus prestes a sair mas, como estava muito cheio e queríamos ir na parte superior (aberta) para fazermos fotos mais legais, resolvemos esperar pelo próximo.

Um piso inteiro do ônibus só pra gente #SQN




O passeio começa com uma volta na Plaza das Armas onde o guia, em espanhol, explica um pouco sobre o lugar. Ele conta que, na época do império Inca, aquele lugar era considerado o coração da cidade. Como já falei no outro post (para ler, clique aqui) há muito emoldurando este belo lugar.


Plaza de Armas de Cusco

Passamos em frente a Catedral de Cusco, que fora construída com as pedras de um sítio do Vale Sagrada chamado Sacsayhuamán, no lugar do antigo Palácio de Viracocha. Esta construção demorou quase um século para ficar pronta. Dentro da Catedral você poderá ver (mas não fotografar) o maior acervo de arte colonial da cidade que inclui pinturas sacras com influências indígenas.

Catedral de Cusco

Catedral e Plaza de Armas de Cusco

Avistamos novamente a Iglesia de La Compañía de Jesús, construída em cima do Palácio de Huayna Cápac, que foi destruída no terremoto de 1650 e reconstruída com o objetivo de ocupar o lugar da Catedral da cidade, projeto que não foi aprovado pelo Papa João Paulo II. Apesar disto, a igreja tem uma magnífica fachada barroca e o maior altar do Peru.

Iglesia de La Compañía de Jesús, Cusco

Plaza de Armas e Iglesia de La Compañía de Jesús, Cusco

O ônibus seguirá pela Av. El Sol, hoje a principal avenida comercial da cidade, e passará pelo Arco de Santa Clara, que fica em uma rua de paralelepípedos e está ao lado da Igreja e Convento de Santa Clara.

Arco de Santa Clara, Cusco

Em seguida, você avistará o Mercado San Pedro e toda a sua confusão pelas ruas. Após o city tour, voltamos caminhando até este ponto e nos perdemos um pouco entre os temperos, frutas e artesanatos de Cusco. Vale ressaltar que foi no Mercado San Pedro onde conseguimos comprar artesanato mais barato.
Mercado San Pedro, Cusco

Cusco e seu trânsito caótico nos arredores do Mercado San Pedro

Em seguida o ônibus passará pelo Colégio de Ciências, Museu Inca, Iglesia de La Merced, Plaza de Limacpampa, Paccha Cusco, e seguirá por ruas nada turísticas da cidade mas que te permitirá observar como é a vida do povo cusquenho. Seguindo pela avenida do Aeroporto de Cusco, o tour seguirá por ruas íngremes e estreitas (e porque não dizer "suspeitas"), até sair em uma espécie de rodovia que leva ao Vale Sagrado.

Iglesia de La Merced, Cusco

Infelizmente não tivemos tempo que visitar os sítios arqueológicos do Vale Sagrado, o que está anotado para nosso próxima ida ao Peru. Porém, seguindo neste estrada, passamos em frente ao templo Inca dedicado ao "Dios Sol" - e lugar onde foram gravadas as cenas da novela da Rede Globo: Amor à Vida.
Sacsayhuamán - Templo dedicado al Dios Sol

Ao final desta estrada o ônibus chegará ao Cristo Blanco - Sacsayhuaman, de onde é possível ter uma vista panorâmica da cidade. Neste ponto, pode-se descer por dez minutos, aproximadamente, e tirar fotos não só da cidade mas com morados vestidos com roupas típicas e suas lhamas. Não esqueça: se vai tirar foto, dê "propina".

Plaza de Armas de Cusco, vista do Mirante
Minha mãe no Cristo Blanco - Sacsayhuamán
Sim, ela deu uma propina... hahahahah

Gostamos tanto desse lugar que, quando nos demos conta, o ônibus já estava saindo e tivermos que dar uma "corridinha" para alcança-lo... Foi por pouco! A próxima parada seria em uma loja de tecidos/roupas confeccionadas com a mais autêntica lã de Alpaca. Bom, é verdade que o toque desses produtos é algo realmente incrível (e o preço - desta loja - é bem abaixo que das lojas em Cusco). Porém, quando você descobre que esta lã é extraída da Alpaca ainda bebê, sem a menor preocupação com o animal, é melhor nem comprar...

Tem de tudo no Peru...
Observar e apenas observar a tal da lã de Alpaca...




Depois de conhecer sobre teares manuais, lãs e produtos, voltamos rumo ao centro de Cusco.

Ah, fique atento aos ferros do ônibus, neste dia que utilizamos o serviço, eles estavam transmitindo corrente elétrica. Eram "choques" leves e divertidos, demos boas gargalhadas com esta surpresa...

Mesmo sem um "pau", a Rebeca é ótima em Selfie! hahahahaha

Passamos ainda em frente à Iglesia San Cristobal e do El Gran Qoricancha que, caso você tenha ingressos para acesso ao sítio, poderá descer e aproveitar o resto do dia ali. Como não era o nosso caso, seguimos rumo à Plaza de Armas com um único objetivo: fechar nosso pacote para Machu Picchu.

domingo, 8 de março de 2015

Poque ir à Cusco?

Como de costume, combinamos para tomarmos café da manhã bem cedo. Queríamos aproveitar bem o dia. Porém, mesmo que não tivéssemos acordado tão cedo assim, a "orquestra" que iniciara às 04h da manhã na cozinha bem à frente do nosso quarto, não nos deixaria dormir até um pouco mais...

Considerada pelos Incas como um lugar muito especial e cósmico, a sede do Império Inca é apenas a porta de entrada para o que há de mais fascinante neste país: o Vale Sagrado e nosso tão sonhado Machu Picchu.

No centro da foto, a Plaza de Armas de Cusco

Antes de começarmos a descobrir os pontos turísticos de Cusco, é importante que você entenda o que acontece em cada temporada (meses do ano) para que possa programar melhor sua viagem. Escolhi ir no mês de setembro que é o final da temporada de turismo e, por esta razão, os lugares ficam menos cheio de turistas (principalmente em Machu Picchu). Porém, fique atento:

  • De janeiro à abril, costuma ser bem chuvoso.
  • Entre maio e agosto são meses mais quentes e com raras chuvas. 
  • No final de junho a cidade celebra a maior festa do ano: o solistício.
  • De junho à agosto é o intervalo onde acontecem eventos, fiestas, dias ensolarados e noites frias: o que faz deste período a alta temporada da cidade.
  • Novembro e dezembro são meses que costumam ter temperaturas que variam de 10 graus à -10 graus.

Cusco e seu artesanato vistos a partir de um mirante, próximo à cidade.

Isto posto, em uma primeira caminhada pela paradoxal cidade de Cusco logo percebemos que se tem uma coisa que o povo peruano não abriu mão foi dos seus costumes e tradições: artesanatos, teares e tecidos coloridos, roupas típicas, ruas estreitas e cheia de surpresas, comidas e temperos típicos, símbolos inca e religiosos, crenças, dialetos, entre outros... Tudo isso fará parte do seu universo ao descobrir Cusco.

Saindo da cidade, você encontrará as mais diversas paisagens: planície amazônica (nesta viagem descobri que os Incas queriam conquistar a Amazônia a partir de Machu Picchu, acredita?), picos andinos, sítios arqueológicos e montanhas... muitas montanhas. Para conhecer tudo isso, não sei quanto tempo você precisa. Mas, uma coisa é certa, quanto mais tempo você dedicar a esta região, melhor! Há como desbravar tudo por trilhas - a pé ou de bike, por rafting, de ônibus, de táxi, de carro, de helicóptero... Enfim: você é quem escolhe como quer descobrir os encantos de Cusco.

Bom, e a forma que eu escolhi para começar a desbravar a cidade foi a partir de um city tour, em um ônibus panorâmico que nos daria uma visão geral da forma mais fácil de circular pela cidade e nos facilitaria o entendimento dos mapas turísticos distribuídos nos hotéis e pontos turísticos da cidade.

Cusco ou Cuzco: o importate era estar lá!

Chegar em Cusco já escuro não era bem o que a gente esperava (e isso só aconteceu devido ao protesto contra a construção da Hidrelétrica dentro do Parque de Raqchi, que você pode ler clicando aqui). Mas o importante mesmo era chegar. Afinal, quanto mais a gente descobria sobre o Peru, mais a ansiedade aumentava para chegar em Cusco e, finalmente, experimentar Machu Picchu.

Em frente à loja da Inka Express, esperando um Táxi. Saiba mais aqui

Considerada pelos Incas como o "umbigo do Mundo", Cusco é mágica simplesmente pelo fato de existir. Parada obrigatória de quem vai ao Peru a cidade nos leva, de uma forma cósmica, a desbravar o antigo reino da cultura andina e a perceber como a colonização espanhola ergueu monumentos religiosos (leia-se igrejas católicas) em cima de antigos templos Incas.

Apesar de demorado, chegar em Cusco não é difícil: dá pra ir como relatei aqui no blog ou embarcando em um voo a partir de Lima (fique por dentro do que fazer em Lima lendo mais aqui). Eu particularmente prefiro a forma como fizemos: aventureira. Agora, difícil mesmo foi escolher um lugar para ficar. Apesar de ter muitas opções de hotéis, pousadas e albergues, os lugares (tirando as opções cinco estrelas que, para esta viagem, estavam fora de cogitação já que a ideia era não gastar muita grana) nem sempre são bem cuidados ou tão novos assim...

O hotel que escolhemos chamava Hotel Rojas Inn e, apesar de não ser o melhor lugar da cidade, tinha uma característica que nos convenceu: está localizado muito perto (leia-se duas quadras) da Plaza de Armas - o principal ponto de partida para tudo o que você quiser fazer na cidade - e um preço razoável, que incluía café da manhã.

Foto: Tripadvisor.co.uk

Como falei no post anterior (leia aqui), além do atendimento de check-in ter sido algo um tanto quanto confuso, a "arrumação do hotel" não estava lá com uma cara muito confiável: aquecedores a gás, tecidos, cadeiras, móveis e mais um monte de quinquilharia ocupavam a área de recepção de hospedes e o pátio central do lugar. Nossos quartos estavam todos localizados no andar térreo e, um deles, ficava com a porta virada para a entrada da cozinha que iniciava suas atividades às 04h da manhã e fazia um barulho ensurdecedor. Mas vamos lá: estávamos em Cusco e o que não queríamos passar horas "curtindo o hotel", queríamos mesmo era andar e descobrir os "segredos" do lugar.

E foi exatamente o que fizemos: malas guardadas nos quartos (apertados), máquina fotográfica em mãos e saímos em busca de um lugar para comer nos arredores da Plaza de Armas. Não sei o que estava mais latente em mim, se a vontade de ter a primeira impressão da praça ou se o desejo de saciar a fome. Mas, nesse ponto, acho que vale explicar um pouco sobre a dinâmica dos estabelecimentos que ficam ao redor da principal praça e cartão postal da cidade.

Ao redor da Plaza de Armas você vai encontrar: a Catedral de Cusco (a mais antiga igreja da cidade - que falarei sobre sua história mais detalhadamente em outro post), Iglesia de La Compañía de Jesús e duas laterais emolduradas com arcadas coloniais que hoje abrigam lojas, bancos, restaurantes, agencias de turismo, entre outros estabelecimentos e é dividida em dois andares: térreo e primeiro piso. No primeiro piso, os restaurantes possuem balcões em madeira, nada parecidos com os balcões que vimos no centro de Lima, que você poderá ler clicando aqui, mas que te dará uma incrível visão da praça.

Assim é a Plaza de Armas de Cusco quando escurece.

Escolhemos uma cantina italiana localizada no primeiro andar e que nos permitira ter uma breve visão da Plaza de Armas à noite. E aqui vai mais uma dica para você que está indo à Cusco (independente de ser a sua primeira vez): visite a Plaza de Armas pelo menos duas vezes - uma à luz do dia e outra à noite, para perceber quão diferente este lugar pode ser.

O restaurante, que não lembro o nome (desculpem-me!), era "ok!". Preço justo, comida bem preparada mas nenhum sabor/atendimento surpreendente. Porém, naquele momento, era tudo o que precisávamos. Após 1h30 saímos de lá com uma bela reposição de glicogênio e muito energia para enfrentar o dia seguinte.

Antes de retornarmos ao hotel, passamos em algumas agências de turismo e sondamos o preço para irmos à Machu Picchu. Acredite: o ponto alto da viagem foi a única atividade que não conseguimos reservar quando ainda estávamos no Brasil. De pose dos valores e com a informação (terrorista) da dona da agência que tínhamos que fechar urgente - naquele momento - pois corríamos o risco de não conseguirmos ingressos, decidimos ir embora (sem fechar nada) e resolver tudo pela manhã.

Encontrei esse desenho da Plaza de Armas em uma parede do Hotel Rojas Inn, Cusco.

A esta altura da noite fazia muito frio e estávamos sem casacos e, talvez por isso, não conseguíamos pensar para tomar alguma decisão. Paramos em uma "loja vende tudo" no meio do caminho e compramos águas. Depois disso só queríamos banho e cama. Era hora de recuperar as energias para um dia inteiro em Cusco, de verdade!

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Como ir de Puno para Cusco

O despertador fez a gentileza de nos acordar pontualmente às 05h00. Ainda estava escuro mas tínhamos que levantar, terminar de arrumar as malas e descer para o café.

O hotel que escolhemos para ficar em Puno foi o Hacienda Plaza de Armas. Ainda não havia falado sobre isso mas, ele está dentro da Plaza das Armas (literalmente). Da calçada você vê a belíssima igreja matriz da cidade e a famosa praça.

Além de bem localizado, ele tem uma ótima relação custo X benefício. Os quartos são bem limpos e foi o único hotel que ficamos no Peru que transmitia a Globo Internacional. O que fez com que, na noite anterior, enquanto "curtia" o mal da altitude, Rebeca aproveitou para assistir um capítulo da Novela (rsrsrs). O café da manhã é servido em frente à recepção principal e é relativamente bem servido. Se você for à Puno, tente ficar neste hotel. Vale a pena.

Após o café, fechamos nosso conta e saímos do hotel pontualmente às 06h30 em dois táxis. Assim como em Arequipa (leia aqui), o táxi deixa você do lado de fora do Terminal de Ônibus - fique atento aos seus pertences, vai que...

Imediatamente nos dirigimos ao balcão da Inka Express. Apesar de haver outras empresas que faz o trajeto Puno - Cusco, optamos pela Inka Express por termos concluído, depois de muitas pesquisas, que este seria o jeito mais agradável de enfrentar 10h de estrada que seria, obrigatoriamente, realizada durante o dia (saímos às 07h00 da manhã).

Rebeca, Humberto e eu prontos para partir.
 A Inka Express possui um ônibus confortável, guia em inglês e espanhol, é oficialmente credenciada à marca Peru (aquele logo do turismo criado para o país, que postei no primeiro post do blog) e realiza paradas estratégicas durante o trajeto. Além disso, eles operam esta linha desde 1999, possui oxigênio a bordo e você pode comprar o ticket ainda no Brasil, pagando através do Pag Seguro Uol e o valor (em dólar) inclui ainda o almoço (sem bebida), a entrada nos pontos turísticos que estão "escondidos" na estrada e wi-fi (que funcionou a viagem inteira). Vale ressaltar que esta empresa também faz o trajeto contrário (Cusco - Puno). Por tudo isso pagamos US$71,00 e para saber mais, clique aqui.

Nossa primeira parada foi na aldeia de Pukara, localizada à 60km de Juliaca, famosa pela festa da Virgem del Carmo, pelo artesanato em cerâmica (incluindo os touros de cerâmica nos telahdos das casas, para trazer boa sorte) e pelo Museu Lítico Pukara.

Praça principal de Pukara
Paramos na lateral da praça principal, onde encontramos o Museu Lítico Pukara, a Igreja Matriz e várias bancas de artesãos. Começamos pelo museu, com o grupo do ônibus (lembre-se que o ingresso de entrada no Museu já estava incluso no preço que pagamos pelo trajeto) para uma visita guiada.

Entrada do Museu Lítico Pukara
Interior do Museu Lítico Pukara
Porém, não aguentamos mais que 15 minutos... O museu é bem carente e vazio, ficamos sem paciência e resolvemos andar ao redor da praça e na igreja.

Igreja Matriz de Pukara
Interior da Igreja Matriz de Pukara
Esse são os bois da sorte, colocados nos telhados das casas.
 Após algumas fotos e conversar com os vendedores locais, que queriam nos convencer que era melhor comprar artesanato ali que em Cusco, voltamos para o ônibus esperando que a próxima parada fosse mais interessante: desceríamos em La Raya.

Limite entre Puno e Cusco
La Raya é um lugar no meio do nada. Isso mesmo, o ônibus para por 20 minutos no ponto da estrada que é o limite entre os municípios de Puno e Cusco. A grande atração é ser o ponto mais alto deste trajeto: 4.470 metros acima do nível do mar. Há uma vista para as montanhas com os picos cobertos de neve (lindo, veja a foto abaixo que não tem muita neve - rsrs), uma venda de artesanato e alguns moradores da região vestidos com roupas tipicamente peruana, acompanhados de sua llama.

Ainda bem que a llama não cuspiu em mim...
Como havíamos tomado café muito cedo e, no ônibus não haver lanche, ficamos animados ao saber que a próxima parada seria em Sicuani para o almoço. O lugar é limpo, arejado, amplo e com vista para as montanhas. O serviço é no sistema de self service, sem peso, na modalidade coma a vontade, incluindo sobremesa. Apenas as bebidas não estavam inclusas no valor que pagamos pelo trajeto. Ah, havia um trio de músicos que tocou umas quatro canções e passou chapéu entre as mesas. Dê gorjeta se achar que vale.

Salão do restaurante em Sicuani
Neste ponto da viagem o guia, que vem com você de Puno até aqui, se despede do grupo e dá lugar a outro guia que veio de Cusco. Após o cambio, nosso plano era entrar no ônibus e hibernar até chegarmos em Raqchi.

Jogo dos 7 erros: quem advinha o que tem de errado na foto? (hahahaha)
Praça na entrada de Raqchi
Raqchi é um sítio arqueológico que está localizado à 119km de Cusco, na Província de Canchi, que abriga um parque de mais de 5 mil hectares com uma imensa muralha inca que protege o parque, aquedutos, túmulos e recintos da cultura pré-inca.

Praça e Igreja de Raqchi
Logo na entrada do parque, você verá uma pequenina igreja e um monte de banca de artesanato, com preços bem competitivos. Para entrar e visitar às ruínas você pagará algo em torno de S$6,00. Porém, os nossos ingressos já estavam inclusos no preço que pagamos pelo trajeto, lembra?!

Famosa muralha de Raqchi
Diz a lenda que eles moravam em lugares como esse. Interior do Sitio arqueológico Raqchi, Peru.
Portal de entrada do sítio arqueológico Raqchi, Peru,
Será que elas estavam se divertindo? rsrs
Depois de 1h30 de visitação, explicação e fotos, voltamos ao ônibus e... paramos na estrada. Motivo? O povo desta província fechou a rodovia para protestar contra a construção de uma hidrelétrica no rio que passa dentro do Parque de Raqchi e vai até Cusco. O mais curioso é que eles ficam sentados no meio da rodovia enquanto os policiais, em seus carros e cavalos, ficam no acostamento esperando que eles resolvam dar passagem aos carros. Ninguém faz nada, nem negocia.

Manifestação peruana.
Quase duas horas depois eles resolveram liberar a passagem de carros por 10 minutos. Corremos para o ônibus e o motorista acelerou para não perdemos a "trégua". Felizmente conseguimos passar e continuar nossa viagem que ainda faria uma parada para visitarmos uma igreja conhecida como a Capela Sistina das Américas, localizada na cidade de Andahuaylillas.

Em frente à Capela Sistina das Américas
Nosso "bilhete de ônibus" também nos dava direito à entrada na igreja, para uma visita guiada. Infelizmente (ou felizmente) não era permitido tirar fotos no interior da capela, mas... ganhamos um CD com imagens. O lugar é espetacular: paredes, teto, altar, piso... perfeito. Vale muito a pena visitar. Essa foi uma das nossas maiores surpresas neste dia.

Interior da Igreja em Andahuaylillas
Já era noite quando retomamos a estrada e seguimos para os últimos quilômetros até Cusco. Nesse momento, ninguém mais queria dormir, a ansiedade era maior que o sono. Nossa previsão era chegar por volta de 17h00 mas, devido à tal manifestação, chegamos às 19h30, com muita fome e ansiosos para saber como pegar um táxi, porque?

Se tirar foto com ela, não esqueça de dar uma "propina".
Bom, a Inka Express estaciona o ônibus em uma loja deles que fica nos arredores do Aeroporto de Cusco e, devido a quantidade de pessoas que precisavam de um táxi, não havia carros disponíveis para todos. O jeito foi apelar para o Easy Taxi (sim, ele funciona no Peru), aproveitando o sinal wi-fi da loja - já que o chip da Claro e nada era a mesma coisa. Isso fez com que fossemos os últimos a sair da loja e, quer saber do melhor? Os funcionários da Inka Express ficaram conosco até que os carros partissem para o hotel e até nos ajudaram a negociar o valor da corrida com os taxistas. #recomendo

Chegamos ao hotel, após termos passado por vários pontos que seria explorados nos dias seguintes, fizemos um check-in (confuso) e saímos para comer. A fome era enorme. Vamos falar de tudo isso e do que fazer em Cusco no próximo post.

sábado, 4 de outubro de 2014

O que fazer em Puno?

Puno é uma cidade curiosa: casas e edifícios (de até três andares) com tijolos aparente e caindo aos pedaços é tudo o que você vê ao chegar por lá. Durante todo o trajeto até o Terminal Rodoviário de Puno, fiquei bem surpreso com a estrutura da cidade.

Plaza de Armas de Puno, Peru
Muito bem localizada, geograficamente, Puno está na rota de passagem de todo mundo que vem/vai para a Bolívia (principalmente para La Paz) e Cusco. Apesar de ser tudo meio turbulento e inquietante, esta cidade me conquistou.

Chegamos ao hotel com tempo apenas para fazermos o check-in e arrumar um táxi para irmos ao Porto de Puno (como já contei no post anterior. Clique aqui para ler). Rebeca e Humberto não quiseram ir pois estavam sofrendo do "mal da altitude" (falarei sobre isso posteriormente). Minha mãe e a Dulce quase não saiam do quarto para irmos e eu já aflito no saguão do hotel, mas... conseguimos.

O táxi nos cobrou S$4,00 (aliás, qualquer corrida em Puno custa isso - não esqueça: negocie!) e apressamos o passo até a área de embarque, onde também está localizado os "guichês" de compra dos tickets para irmos até às Islas Uros. Assim que você chega por lá é imediatamente abordado por vendedores querendo que você compre o passeio com eles. Resistimos. Fomos até o final da passarela de embarque, olhamos os barcos e voltamos para comprar.

Porto de Puno, Peru
Área de Embarque no Porto de Puno, Peru
Embarcamos optando pela empresa Servicios Turisticos Victor Class. O barco é grande, com uma área fechada na parte de baixo e a possibilidade de até seis pessoas navegarem pelo Titicaca na parte ao ar livre. Pelo passeio pagamos S$10,00 (dez soles), uma taxa de acesso às Islas Uros de S$5,00 (cinco soles) e, partimos pontualmente às 16h00 - horário de saída do último barco (programe-se bem quando você for). O passeio tem duração de 2h é fabuloso.

Dulce, minha mãe e eu
A medida que o barco se distancia da costa você vai ficar ainda mais encantado com a imensidão do Lago Titicaca e seu azul fascinante. A correria do atraso fez com que tivéssemos um presente:  uma luz incrível para as fotografias, já que curtimos o pôr do sol navegando pelo Titicaca. Acabou sendo melhor que a "encomenda".

A medida que o barco se aproximava das Islas Uros eu fica mais animado e empolgado. Elas são a principal atração desta região devido sua singularidade e tipo de construção. Foram criadas, literalmente, do nada. São feita de totora, uma espécie de junco que cresce nas margens do Lago, são comestíveis (o sabor lembra um palmito) e servem para fazer casas, barcos e muito artesanato.

Entrada das Islas Uros, Puno, Peru
Assim que o barco se aproximou, fomos recebidos com "festa" pelos uros que nos convidaram para sentar e, o presidente da ilha (cada unidade de ilha uros tem o seu), nos explicou a história desse povo, como construir uma ilha (e uma casa) de totora, como está dividida a vida dentro da ilha (casa, cozinha, banheiro, etc.) e nos apresentou um pouco da história do lago.

Uros animados com a chegada do nosso barco, Puno, Peru
Uma chica ura, autêntica! Islas Uros, Puno, Peru
No momento seguinte, as mulheres da ilha nos leva para visualizar cada pedacinho da ilha e mostrar o seu "trabalho". Eis que começa a ladainha: "compra amigo, para ajudar!". É, nesse momento eles fazem uma cara de coitadinhos e insistem para que você compre o artesanato que "elas fazem". Acabei comprando um réplica do barco de totora (rsrs), que custava S$30,00 e paguei S$25,00 e uma capa de almofada que custava S$25,00 e paguei S$15,00.

Esse é o barquinho de totora que comprei. Islas Uros, Puno, Peru
Depois, você vai ouvir a mesma ladainha, com um pequeno ajuste:"vamos amigo, passear. Vamos, para ajudar!". É o convite para você navegar em um barco de totora, por S$10,00.
Barco de Totora, Islas Uros, Puno, Peru
Família de uros, Islas Uros, Puno, Peru
Vista aérea das Islas Uros, Puno, Peru
Não fizemos esse "passeio". Ele duraria cinco minutos e nosso barco iria buscar os turistas que resolveram ir na ilha ao lado nele (que você pode descer para tirar mais algumas fotos). Ou seja, um passeio só de ida em um barco de totora, não achei que valeria a pena.

Já na ilha vizinha, com o barco de totora ao fundo. Islas Uros, Puno, Peru.
Quando começamos a retornar já estava quase sem luz mas ainda era possível observar a imensidão do Lago Titicaca e observar as luzes da cidade que começavam a acender. Só nos restava aproveitar a vista e curtir o frio. Estava beeeem gelado nesse momento, ninguém queria ir na parte de cima do barco. De todo modo, é um passeio espetacular. Foi uma das experiências mais marcantes de toda a viagem.

Desembarcamos e, ao caminharmos para procurarmos um táxi, avistamos lojas de artesanato na lateral esquerda do porto. Fomos até lá e descobri que paguei S$5,00 a mais pelo barco - levando em conta que negociei com na ilha e sem negociar no porto. Resultado: quando você for fazer esse passeio, deixe para comprar o artesanato na volta, em terra firme.

Começou a cair um pouco de chuva, ainda bem fina. Nessa região do Peru costuma chover bastante. Leve um guarda chuva - na correria para não perder o barco, esquecemos no hotel. Conseguimos um táxi (por S$4,00) e saímos rumo ao hotel (ficamos no Hacienda Plaza das Armas - que está "dentro" da praça principal), todos com muita fome. Nos demos conta que só havíamos comido no ônibus, por isso, minha mãe e a Dulce, começavam a sentir dor de cabeça.

Calçadão do centro histórico de Puno, Peru
Descemos em frente ao hotel e entramos para pedir uma informação à recepcionista: precisava saber onde estava o Restaurante Balcones de Puno, já havia lido bastante sobre esse restaurante queria ir lá (você já vai saber porque). O problema é que eu também queria ter ido no Ukuku`s para experimentar uma omelete de quinoa e tomar um café no Café Tunki, que serve xícaras de café feito com grãos aclamados que são cultivados na parte tropical de Puno - tive que deixar para a próxima vez que for a Puno.

Com as instruções na cabeça, liguei para o quarto da Rebeca para saber se ela gostaria de ir e descobrimos que ela ainda estava bem mal (do tal "mal da altitude" - lembrem-se que estávamos a 4.000 metros acima do nível do mar). Tivemos que ir sem ela (o que fez uma falta danada!).

No caminho passeamos rapidamente pelo centro histórico da cidade e ficamos ainda mais encantado com esse pedacinho do Peru, lamentando ter que partir na manhã seguinte. Muitas mulheres na rua oferecendo casacos artesanais por US$1,00. Isso mesmo, UM DÓLAR. Eu não acreditava naquilo, mas era verdade. Não deu tempo comprar, a fome era maior e estávamos sem moeda americana.

Quando chegamos ao Restaurante Balcones de Puno ficamos um pouco apreensivos para entrar. Uma porta pequena e apertada que, ao olhar para dentro, você vê uma escada e uma cozinha (e as mesas?). Mesmo desconfiados, entramos e subimos às escadas. Uma surpresa: um grande salão com mesas reservadas e um pequeno palco. Esse era o primeiro segredo da fama do lugar: todas as noites, enquanto você come, há um show de danças folclóricas. Aqui, vale uma informação importante sobre esta cidade: ela é conhecida como a Capital Folclórica do Peru e a segunda cidade mais visita do país, perdendo apenas para Cusco.
Salão do Restaurante Balcones de Puno, Peru
Show folclórico, Balcones de Puno, Peru

Show folclórico, Balcones de Puno, Peru
Felizmente conseguimos uma mesa, na lateral do palco (por sorte, sempre tem que reservar), e partimos para descobrir o segundo segredo: a culinária tradicional de Puno. Estávamos com tanta fome que, além de um prato principal para cada, pedimos: couvert, sopa e pizza - de entrada; sobremesa (a melhor de todo o Peru). Como estava com foco na quinoa, pedi um prato só por que ele viria com risoto de quinoa. Quando cheguei em Cusco descobri que havia comido carne de alpaca - uma espécie de llama (#tenso).

Filé de Alpaca. Balcones de Puno, Peru

Sobremesa: Sorvete de Quinoa, feito no próprio Balcones de Puno, Peru
Acho que o salão poderia ser redimensionado para dar melhor visibilidade do show à todas as mesas. Mas ok, para uma noite de jantar e imersão na cultura e folclore do Peru, vale muito ir lá. Quanto ao custo? Nada exagerado. Pagamos S$200,00 (duzentos soles) dividido para quatro pessoas. Vale ressaltar que o show é grátis. Encantados com tudo dessa cidade, tivemos que caminhar (por três quadras - essa era a distância de lá até o hotel) na chuva. Foi muito divertido, apesar do frio.

Ah, como eu queria mais três dias para ficar por ali, desvendando cada cantinho dessa cidade surpreendente. Mas não seria possível. Nosso ônibus para Cusco partiria às 07h00 do Terminal Rodoviário, era preciso dormir e preparar o psicológico (certo, Dulce?!) para 12h de ônibus.