terça-feira, 30 de setembro de 2014

O que fazer em Arequipa?

Voltamos do Mirante de Yanahuara pela Avenida Ejercito e passamos por um parque na Puente Grau que funciona como final da linha de vários ônibus e vans do transporte público da cidade. É um lugar bem popular e interessante para sentir  como é viver nesta cidade que foi fundada pelos espanhóis no ano de 1540, no lugar de um vilarejo inca.

Avenida Ejercito, Arequipa, Peru
Vista de cima da Puente Grau, Arequipa, Peru
Viramos a direita na Calle Vilalba, uma rua bem estreita, de paralelepípedo clarinho e muito charmosa. A arquitetura é um espetáculo a parte: casa antigas e traços coloniais resistiram (ou foram reconstruídos) aos muito terremotos que assolaram a cidade. Descemos até a Calle Ugarte, virando a esquerda, você avista uma das esquinas do famoso Monastério de Santa Catalina.

Calle Ugarte, Arequipa, Peru
A entrada do Monastério está na Calle Santa Catallina e, bem em frente ao convento, há um centro cultural e gastronômico que é incrível. Trata-se de um casarão que foi inteiramente reformado para abrigar lojas, restaurante e cafés muito charmosos. No centro do casarão há uma bela fonte. Aproveite para descansar da caminhada e recarregar as energias para visitar o Monastério de Santa Catalina.

Fachada do Monastério de Santa Catalina, Arequipa, Peru
Ilustração da área construída do Monastério de Santa Catalina, Arequipa, Peru
Paramos por alguns minutos enquanto eu comi uma fatia de bolo de chocolate com um café espresso no Tanta, uma das cafeterias mais charmosas da casa. Parte do grupo não quis se aventurar nos 20 mil metros quadrados do Monastério que foi construído em 1579, e é considerado uma das construções religiosas mais fascinantes do Peru, que foi fundado por uma viúva, Doña María de Guzmán. Como considero essa visita um dos pontos obrigatórios da cidade, Rebeca (minha irmã) e eu resolvemos entrar. Pagamos S$35,00 (trinta e cinco soles) por pessoa e entramos.

Hora de comprar as entradas para o Monastério de Santa Catalina, Arequipa, Peru
Existe duas opções para sua visita: a) retirar um mapa ao lado da entrada principal e fazer por sua própria conta (o mapa tem explicações - não tão detalhadas) de cada área/sala; b) contratar uma guia para andar todo o complexo com você. Como já tínhamos estudado muito sobre o lugar e gostamos de descobrir as coisas por conta própria, optamos pela opção A.

Uma das passagens dentro do Monastério de Santa Catalina, Arequipa, Peru
Rebeca e eu dentro do Monastério de Santan Catalina, Arequipa, Peru
Monastério de Santa Catalina, Arequipa, Peru

Monastério de Santa Catalina, Arequipa, Peru
Monastério de Santa Catalina, Arequipa, Peru
Levamos algo em torno de duas horas para vasculhar todo o Monastério e, sinceramente, valeu muito a pena cada minuto: o lugar é lindo! A saída é pela mesma "Calle" que entramos, onde nossos companheiros de viagem já estavam aflitos com tamanha demora.

Ainda sobre o Monastério de Santa Catalina, Arequipa, Peru
Subimos a Calle Santa Catalina e, virando a direita na Calle Zela, chegamos no Complejo San Francisco que conta com: praça, igreja e museu. A igreja foi construída no século XVI e, apesar dos inúmeros danos que sofreu, continua de pé. É possível observar uma enorme fenda em sua cúpula, ocasionada pelos cataclismas.

Complejo San Francisco, Arequipa, Peru
Complejo San Francisco, Arequipa, Peru
Minha mãe fazendo pose no Complejo San Francisco, Arequipa, Peru
Saímos de lá virando a direita na Calle San Francisco e passamos pela frente da Casa de Moral - construída em 1730, tem esse nome devido à amoreira de aproximadamente 200 anos que fica no pátio central, e seguimos rumo à Plaza de Armas. No caminho, paramos em algumas lojas de artesanato apenas para "mirar".

Plaza das Armas, Arequipa, Peru
Chegamos à Plaza de Armas pela lateral direita e é algo espetacular. Não há nenhuma referência à arquitetura moderna, sendo completamente construída em sillar - toda branca e intocada. Em uma das laterais da praça você verá a imponente La Catedral (única no Peru a ocupar toda a lateral de uma praça) e, em todas as outras laterais, colunas em sillar (pedra vulcânica). Reserve um bom tempo para admirar a praça.
Plaza das Armas com La Catedral ao fundo, Arequipa, Peru
 La Catedral é outra visita obrigatória, sua arquitetura é em estilo barroco e seu altar todo folhado a ouro. Dizem ser muito parecida com a Catedral de Sevilha (Espanha) - ainda não estive lá mas, quando visitar, farei a comparação e postarei aqui. Saindo da igreja, posicione-se no extremo da catedral e você verá, ao fundo o Vulcão El Misti, emoldurando-a.

Altar principal da La Catedral de Arequipa, Peru
Passamos pela Capela de San Ignácio, que possui murais que lembram uma selva, com flores tropicais), pelo Claustros de La Compañia, que divide parede com a Capela e hoje abriga um charmoso shopping e em frente ao Museu Arqueológico para chegarmos no Santuário Andino Museu, localizado na Calle Palacio Viejo, a uma quadra da Plaza de Armas,

Estávamos ansiosos por este momento: um lugar que abriga a "Donzela do Gelo" ou, simplesmente, "Juanita". Aqui uma dica importante: ninguém pode entrar para visitação com máquinas fotográficas, aparelhos celulares ou volumes/bolsas. Tudo precisa ser deixado em um guarda-volumes no mesmo lugar que você compra os tickets.

A visita começa com a exibição de um filme de 20 minutos, que foi produzido pela National Geographic e que conta como a múmia foi descoberta. Nesse momento, alguns integrantes do grupo dormiram, né Humberto?! (hahahahaha)...

Após o filme (cansativo), você passa a visitar as salas do museu, com um guia - pois visitas sem o guia não são permitidas. Muito blá, blá, blá... e você querendo ver a tal da Múmia. Depois de uns 30 minutos de zig-zag pelas salas, quando você já está quase desistindo: MÚMIA. Quase imperceptível dentro de uma sala mega escura, guardada em dois cubos a prova de balas e refrigerada. Você a observa por alguns minutos e acabou o passeio. É, eu também esperava mais... Mas tem que ir, né?!

Na verdade o objetivo deste museu é contar a história da expedição que arqueólogo Johan Reinhhard fez ao Nevado Ampato e encontrou objetos de metais, restos de madeiras e indícios de um túmulo. Depois de escavações e estudos, eles localizaram uma múmia de uma menina que aparentava ter de 12 a 14 anos de idade, congelada graças às baixíssimas temperaturas, e muito bem conservada, a quem deram o nome de "Juanita". O custo do passeio? Pagamos S$20,00 (vinte soles) por pessoa.

A noite, a Plaza das Armas, Arequipa, Peru, fica ainda mais legal.
La Catedral, Arequipa, Peru
Já era aproximadamente 19h30 quando saímos de lá. Caminhamos pela Calle La Merced até a Plaza Mayor e nos dirigimos até a um "beco"que fica atrás da La Catedral, onde tem inúmeros restaurantes, chamado de Passaje La Catedral. É quase o "beco diagonal" do Harry Potter, se você passa sem saber que existe, não vê.

Passaje La Catedral, Arequipa, Peru
A plano era achar um lugar pra comer e depois voltar para o hotel pois já estávamos todos exaustos. Todos os restaurantes desse lugar são bons. Nós escolhemos o Restaurante Mixtos, especializado em frutos do mar e massas. Ele é considerado popular e pitoresco por muitos guias de viagens. Possui varandas agradáveis, com vista para a rua e um terraço muito aconchegante. Pena que não fomos tão bem atendidos. Acho que só havia um garçom na casa nesta noite.

Varadas e Terraço do Restaurante Mixtos, Arequipa, Peru

Fachada do Restaurante Mixtos, Arequipa, Peru
Saímos de lá caminhando pela Calle San Francisco, viramos a direita na Calle Moral e depois a esquerda na Calle Jerusalém (que é diferente da Avenida Jerusalém que te leva até Yanahuara - fique atento!) para comprar chocolates arequipeños.

Depois de uma noite dormida no ônibus e um dia de muuuuita caminhada e descobertas, precisávamos dormir bem para subirmos a mais de 4.000 metros acima do nível do mar e, finalmente, navegarmos pelo Lago Titicaca em Puno. Lugar de nossa próxima parada.

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